Capitulo 9
Ameaçada
– ...Depois
ela simplesmente desapareceu, antes que pudesse dizer qualquer coisa, foi
assustador...
Como esperado,
a Mel não deu um surto de preocupação, pareceu sim bastante preocupada, mas
também, pensativa.
– É estranho,
bem quando tudo isso aconteceu com você, bem... eu não tenho muita certeza, mas
juro ter ouvido bater de asas na minha janela esta noite enquanto fazia a lição
e quando chegava na janela não havia nada, esse barulho me incomodou por horas
a fio.
Não sei como
estava meu rosto, mas na minha mente eu dizia “Fala sério!” eu acabara de
contar que tinha visto uma vila élfica, sendo que as próprias criaturas
místicas dizem que os elfos estão extintos, acabo de dizer que encontrei com a
“alma” de Vênus, e que uma vampira me dissera que eu não era “exatamente
humana”, e ela acha estranho um bater de asas na janela?!
Comecei a
rir, realmente só a Mel para fazer isso.
– Que foi? –
ela perguntou, visivelmente me achando louca.
– Nada –
disse e a penas sorri.
Como Mel ainda
precisa terminar seu dever e como estávamos na escola, fui até o portão,
precisava ficar um pouco sozinha também. Assim que chegara a escola (a mais ou
menos meia hora) já havia avistado Hime, mas só agora vi o tal Thomas, ele
estava parado próximo a entrada conversando com um garoto de cabelos vermelhos
e olhos azuis profundos. Meu coração acelerou, eu conhecia aquele garoto de
cabelos vermelhos! Aproximei-me para ver se conseguia ouvir o que eles estavam
dizendo, mas fiquei bem escondida entre duas vigas.
– Eu sei
disso! Já disse, só não queria que ela morresse, ponto! – dizia Thomas com as
mãos nos bolsos, parecia irritado.
– Isso é
bom... mas de qualquer forma não posso ficar aqui na escola te vigiando, tem
alguém que não pode me ver aqui. – disse o garoto dos cabelos vermelhos.
– Como se isso
fizesse alguma diferença – comentou Thomas desgostoso.
Thomas
avançou para o portão e veio direto em minha direção, ainda estava com as mãos
nos bolsos.
– Ficar
ouvindo a conversa dos outros é falta de educação sabia? – perguntou ele indiferente
para mim.
Me sentia um
pouco frágil em sua frente, pois ele era mais alto que eu, e parecia muito
seguro de si, ao contrário de mim. Reuni toda a coragem que havia em mim:
– Por que
estava conversando com o Sanji? – disse soando um pouco irritada. – e o que fez
com ele? Ele parece diferente...
As feições
dele mudaram, mas eu não consegui identificar o que ele estava pensando.
– Talvez eu
tenha tornado ele uma pessoa ruim, talvez eu tenha feito ele se tornar um
monstro! – disse ele com desprezo desmedido na voz.
A raiva me
subiu a cabeça, como ele podia falar com tamanho desprezo do Sanji? Sem
perceber minha mão se levantou para lhe dar um tapa, mas ele segurou com força
meu pulso.
– Ou talvez
ele tenha tirado tudo que eu tinha...
Soltou-me e
foi para dentro da escola, o sinal tocou e ouvi Okami, que acabara de adentrar
o portão, dizer algo sobre ter perdido a hora.
– Preciso
conversar com você – foi o que eu disse simplesmente.
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