18 de out. de 2012

História sem nome-san Capítulo 22


Capítulo 22

Treinamento

      Cheguei a colina, as palavras de Thomas ainda pesavam na minha mente, vi Mel, John e uma garota que eu desconhecia indo em minha direção, Mel disse algo sobre me ajudar a treinar e treinar a si mesma, e John  disse algo sobre começar pelo físico, a outra garota ficou calada, mas eu não me aguentei, precisava perguntar aquilo.
       – John, você conhece um Thomas DeLonge? 
       John ficou com uma ar sério, respirou fundo e olhou para o chão.
       – Podemos treinar primeiro? – perguntou ele com uma voz cansada, meio triste.
       Acenei, e ele se virou para a menina que eu não conhecia, devia ter a minha idade, era no máximo um ano mais velha. Tinha os cabelos compridos e vermelhos, os olhos eram rosados, num tom que nunca tinha visto antes, ela era muito bonita, vestia um vestido simples e branco, de mangas longas e tecido fino.
       – Flávia, quero que conheça a Rafaela Winchester, uma amiga minha, que morava já aqui no Japão, pedi que ela se mudasse para cá e ela atendeu ao pedido. A partir de agora ela vai treiná-la com a ajuda da minha filha Mel. – disse John.
        – Mas, não era você que iria me treinar? – perguntei confusa, mas me senti mal por ter ignorado a garota e voltei atrás com a palavra – quero dizer, prazer em conhecê-la Rafaela-san, perdoe minha falta de educação eu só...
         – Tudo bem! – disse Rafaela com um sorriso no rosto apertando minha mão.
         Era quase assustador, apesar de toda a expressão e o sorriso e mesmo as palavras gentis e legais, Rafaela emanava um poder sobre-humano, era quase o mesmo poder que sentia em John, um pouco menor apenas.
         – Eu vou ser mais para frente, quero dizer, eu não sou muito bom em controlar meu poder, e não quero machuca-la, Rafaela é uma feiticeira assim como a Nina e a Rosaline, e feiticeiros são conhecidos por serem ótimos treinadores por poderem mexer com vários tipos de magia. Minha filha também quer ficar forte, então vai treinar junto. E caso esteja se perguntando por que não escolhi nem a Rosaline, nem a Nina para treina-la é porque a Rafa tem em especial habilidades psíquicas que podem te ajudar a acordar o poder adormecido em você.
         – Será um prazer ajudar! – comentou Rafaela.
         O treinamento começou, pensei que iria ser fácil, mas a Rafaela era exigente, logo no início fez o chão começar a tremer, eu e Mel não conseguíamos nos manter de pé, mas Rafaela e John pareciam nem sentir o chão tremendo. Ela disse que isso iria treinar meu equilíbrio e concentração o que era fundamental se eu quisesse ser forte.
         Já estava ralada de tanto cair, Mel estava conseguindo se equilibrar um pouco já, mas eu não demonstrava muito progresso. Pensei na concentração na qual ela falara, fixei  em apenas um ponto, ela avisou, o chão começou a tremer e em menos de dois segundos eu já estava ao chão.

         Deixamos esse treinamento de lado e fomos desenvolver outras coisas, ela começou a criar ilusões, fazendo minha mente se forçar a raciocinar mais rápido, não que eu tenha tido algum progresso.
         
         A tarde já ia embora, e eu estava morta de cansaço, Rafaela foi a primeira a ir embora, John e Mel ficaram esperando minha irmã que prometera vir me buscar. Não muito tempo depois surgiu no horizonte quatro sombras, lá estava minha irmã, com Hayato, Carolina e Yumi, eles traziam milk shakes na mãe e minha irmã trazia um extra para mim.
         Me despedi e segui com eles, o caminho foi tranquilo sem nada demais, mesmo que eu não quisesse reparava demais no Hayato, mas ele só tinha olhos para minha irmã e ela só tinha olhos para ele, eles formavam um casal realmente fofo.
          – Mas a Yumi que está bem na fita – disse Hayato rindo quando está vamos chegando perto do meu bairro.
           – Por que? – perguntamos juntos.
           – Hayato! – Yumi parecia brava, mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa, Hayato prosseguiu.
           – O nosso professor está dando mole para a senhorita “melhor aluna da sala” aqui – disse rindo.
           – Não é nada disso! – Yumi se defendeu – ele apenas aprecia alguém que tira boas notas e não fica badernando na sala igual a você Hayato!
        Eu comecei a rir, mas senti algo batendo no meu ombro, meu coração acelerou, eu fiquei pálida, tinha medo de quem pudesse ser, e logo todos perceberam que eu estava tensa, me virei apressada e vi um garoto. Nada de monstro, nada de criatura maligna, nem um garoto mal querendo me sequestrar, ele tinha o rosto com uma expressão neutra, trazia na mão uma caixa que parecia pesada, seus cabelos eram escuros e seus olhos pretos.
        – Ah, desculpe – ele me disse – pode me dar licença?
        Eu estava próxima a uma parede, e a passagem mais prática para ele seria se eu saísse da frente, mas eu ainda estava um pouco em choque, imóvel, sequer falei com ele, o garoto me olhou de um modo estranho, eu ainda devia estar pálida, ergueu as sobrancelhas e me contornou, dizendo bem baixo.
         – Menina estranha...
         Mal percebi e já estava em casa, pelo visto o garoto estava de mudança para a casa em frente a minha, ótimo! Agora meu vizinho me acha estranha e nem fomos apresentados ainda. A banda ensaiou um pouco, mas quando anoiteceu cada um foi para sua casa e minha irmã disse que faria uma torta para dar as boas vindas aos novos vizinhos. Se bem que pra mim isso só acontecia nos filmes.
         – Amanhã vou entrega-la, hoje já está tarde, quer vir comigo? Eu espero você voltar do treino.
         Treino... na hora eu me lembrei do Thomas e...
         – Ah! Droga! Esqueci de perguntar sobre o Thomas para o John! Mas bem, ah! – disse tentando manter o foco na pergunta da minha irmã – sim claro, eu vou.
         Tomei um banho rápido e fui me deitar, estava morrendo de cansaço, olhei para o pingente que eu estava usando, ele não andava funcionando bem, e eu já estava pensando em chamar aquela ninfa para me ajudar a recuperar as memórias, mas será que eu realmente queria elas de volta? A resposta sempre era sim! Mas mesmo assim resolvi deixar quieto por aquela noite, e fui me deitar sem ter nenhum pesadelo, ou mesmo algum sonho.
 Yes I do! '-'

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