Capítulo 21
Confusos
Cheguei na
escola atrasada no dia seguinte, Nina veio a mim que nem um louca, disse que
passara em casa e me chamara, mas eu não respondi, eu a acalmei dizendo que
havia perdido a hora, o que não era mentira. Não consegui ver mais nenhuma de
minhas amigas e rumei diretamente para sala.
Ao me sentar
encontrei ao meu lado uma radiante Okami me cumprimentando.
– O que
houve Okami-chan – sussurrei para que a professora Dalva, uma mulher baixinha e
carrancuda cujo os olhos pareciam botões e nos dava aula de inglês, não pudesse
nos ouvir.
– Meu
Nii-chan voltou! – ela não aguentou e falou num tom mais alto, mas por sorte a
professora não nos ouviu.
Antes que
eu pudesse dizer algo, Thomas se intrometeu no meio da conversa, derrubou uma
aluna de sua carteira e se sentou ao lado de Okami, parecia indignado com algo,
e então me lembrei de quando vi ele e o Sanji conversando na portaria da
escola, mas não pude contar a Okami porque ele me ameaçou, lembrar daquilo me
dava arrepios.
– Como
assim voltou!?
– Senhor
DeLonge, senhorita Sawada e senhorita Leto, entendo que queiram conversar, mas
por favor poderiam fazer isso na hora do intervalo? E senhor DeLonge – ao olhos
de Dalva fuzilavam Thomas – você não faz lição, falta quando bem entende, e
agora quer sentar onde bem entender derrubando uma colega da carteira? Por
favor retire-se da sala, imediatamente!
Thomas
obedeceu, parecendo pouco interessado nisso, eu e Okami nos calamos pelo resto
das aulas, mas vez ou outra trocávamos olhares significativos.
O
intervalo chegou e ambas fomos de encontro a Thomas. Mas antes que Okami
pudesse falar algo eu a interrompi.
– Primeiro,
poderia dizer por que sumiu da escola ontem?
Thomas não
parecia interessado em conversar sobre isso, algo parecia estar incomodando
muito ele, me olhou meio irritado, eu odiava isso nele, ele sempre estava tão
cheio de mistérios, era irritante, nunca me contava nada!
– Porque ao contrário de você, eu tenho
um mestre que quando me chama eu tenho que ir, fazer coisas das quais não gosto
e nenhuma delas é boa, e antes que venha com mais perguntas idiotas ele me
contata pelo pensamentos, uma magia estranho que eu não conheço. Sobre o porque
de eu ter acessos de tosse, sem comentários!
– Por que
ficou tão indignado do meu irmão ter voltado? Como o conhece se ele esteva todo
esse tempo em uma guerra? – perguntou Okami.
– Guerra?
– Thomas riu com expressão de deboche – Claro, o valente e corajoso Sanji, me
poupe...
E dizendo
isso saiu, tentamos procura-lo mais ele sumiu.
As outras
aulas se arrastaram, Thomas não tinha ido embora da escola, pois ainda estava
na sala, mas se sentou afastado na classe e nunca nos olhava. Tentei lhe passar
um bilhete, mas ele apenas amassou um papel e o arremessou longe.
–
Francamente – disse Okami na saída, enquanto passávamos pelo corredor lotado –
acho que Hime tem razão sobre esse cara, ele não presta! Viu como ele debochou
do Nii-chan na maior cara de pau?
Antes que
eu pudesse responder, senti algo me puxando pelo braço, era Thomas, tinha em
seu rosto uma expressão mais sutil, mas ainda séria. Okami parou ao meu lado,
encarando com cara feia Thomas.
– Tem como
eu falar com você sem essa daí ficar me fuzilando com os olhos? – perguntou
irritado Thomas olhando para Okami.
– Não! De
jeito nenhum eu vou deixar você sozinho com a... – começou Okami.
–
Okami-chan – eu a interrompi, entendia seu ponto de vista, devia ser difícil,
mas definitivamente Thomas não era esse tipo de pessoa – tudo bem, eu sei me
cuidar, pode ir, se cuida.
Dando de
ombros, mas ainda contrariada, Okami se despediu de mim e se afastou.
– Você disse que eu vivo te escondendo as
coisas e bem, você tem razão, mas hoje estou disposto a responder as perguntas
que puder, venha comigo, talvez a sorveteria ou sei lá, você escolhe, daí eu te
conto o que quiser saber – disse Thomas soltando meu pulso.
Como o
corredor estava esvaziando começamos a andar em direção à saída. Não queria
recusar seu convite, eu tinha tantas e tantas perguntas, mas simplesmente não
podia, tinha marcado com John.
– Eu
adoraria! Mas... Podemos mudara data? Ou passar para mais tarde, porque agora
eu tenho algo a fazer...
– Hum? –
Thomas pareceu confuso – O que?
– Eu vou
passar a treinar para poder controlar parte do poder do centro do mundo e assim
me defender sozinha.
– Eu disse
que te protegeria – disse Thomas, ainda sem entender.
– Eu sei!
Mas não quero depender de ninguém entende? Quero poder me proteger sozinha. E o
John foi tão fofo comig...
– Quem? Não me diga que foi um anjo caído
chamado John?
– Mas que
diabos? – agora eu estava confusa –
você conhece todo mundo?
– Não vá!
Eu não confio nele, nem você devia, na verdade eu o odeio. Não importa se quer
ficar mais forte ou não, ele não é confiável!
Eu comecei
a ficar realmente nervosa, aquela atitude do Thomas estava me deixando louca.
– Primeiro
o Sanji, agora o John, será que você tem algo contra todos os meus amigos?
– Eu tenho
algo contra pessoas que acabaram com a minha vida! Mas está bem vá, se divirta
com o Sanji, com o John, afinal, eles não são rancorosos, bravos, estressados,
ou te escondem as coisas como eu não é?
Talvez você esteja certa, talvez eles sejam melhores amigos para você do
que eu sou!
– T-Tom espera! – disse ao ver ele indo embora
– Eu nunca disse isso, eu não...
Mas ele já
havia sumido na primeira curva.
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