18 de out. de 2012

História sem nome-san Capítulo 21


Capítulo 21

Confusos

      Cheguei na escola atrasada no dia seguinte, Nina veio a mim que nem um louca, disse que passara em casa e me chamara, mas eu não respondi, eu a acalmei dizendo que havia perdido a hora, o que não era mentira. Não consegui ver mais nenhuma de minhas amigas e rumei diretamente para sala.
       Ao me sentar encontrei ao meu lado uma radiante Okami me cumprimentando.
       – O que houve Okami-chan – sussurrei para que a professora Dalva, uma mulher baixinha e carrancuda cujo os olhos pareciam botões e nos dava aula de inglês, não pudesse nos ouvir.
       – Meu Nii-chan voltou! – ela não aguentou e falou num tom mais alto, mas por sorte a professora não nos ouviu.
        Antes que eu pudesse dizer algo, Thomas se intrometeu no meio da conversa, derrubou uma aluna de sua carteira e se sentou ao lado de Okami, parecia indignado com algo, e então me lembrei de quando vi ele e o Sanji conversando na portaria da escola, mas não pude contar a Okami porque ele me ameaçou, lembrar daquilo me dava arrepios.
         – Como assim voltou!?
         – Senhor DeLonge, senhorita Sawada e senhorita Leto, entendo que queiram conversar, mas por favor poderiam fazer isso na hora do intervalo? E senhor DeLonge – ao olhos de Dalva fuzilavam Thomas – você não faz lição, falta quando bem entende, e agora quer sentar onde bem entender derrubando uma colega da carteira? Por favor retire-se da sala, imediatamente!
       Thomas obedeceu, parecendo pouco interessado nisso, eu e Okami nos calamos pelo resto das aulas, mas vez ou outra trocávamos olhares significativos.
       O intervalo chegou e ambas fomos de encontro a Thomas. Mas antes que Okami pudesse falar algo eu a interrompi.
        – Primeiro, poderia dizer por que sumiu da escola ontem?
        Thomas não parecia interessado em conversar sobre isso, algo parecia estar incomodando muito ele, me olhou meio irritado, eu odiava isso nele, ele sempre estava tão cheio de mistérios, era irritante, nunca me contava nada!
         – Porque ao contrário de você, eu tenho um mestre que quando me chama eu tenho que ir, fazer coisas das quais não gosto e nenhuma delas é boa, e antes que venha com mais perguntas idiotas ele me contata pelo pensamentos, uma magia estranho que eu não conheço. Sobre o porque de eu ter acessos de tosse, sem comentários!
         – Por que ficou tão indignado do meu irmão ter voltado? Como o conhece se ele esteva todo esse tempo em uma guerra? – perguntou Okami.
         – Guerra? – Thomas riu com expressão de deboche – Claro, o valente e corajoso Sanji, me poupe...
         E dizendo isso saiu, tentamos procura-lo mais ele sumiu.
        As outras aulas se arrastaram, Thomas não tinha ido embora da escola, pois ainda estava na sala, mas se sentou afastado na classe e nunca nos olhava. Tentei lhe passar um bilhete, mas ele apenas amassou um papel e o arremessou longe.
        – Francamente – disse Okami na saída, enquanto passávamos pelo corredor lotado – acho que Hime tem razão sobre esse cara, ele não presta! Viu como ele debochou do Nii-chan na maior cara de pau?
        Antes que eu pudesse responder, senti algo me puxando pelo braço, era Thomas, tinha em seu rosto uma expressão mais sutil, mas ainda séria. Okami parou ao meu lado, encarando com cara feia Thomas.
         – Tem como eu falar com você sem essa daí ficar me fuzilando com os olhos? – perguntou irritado Thomas olhando para Okami.
        – Não! De jeito nenhum eu vou deixar você sozinho com a... – começou Okami.
        – Okami-chan – eu a interrompi, entendia seu ponto de vista, devia ser difícil, mas definitivamente Thomas não era esse tipo de pessoa – tudo bem, eu sei me cuidar, pode ir, se cuida.
        Dando de ombros, mas ainda contrariada, Okami se despediu de mim e se afastou.
        – Você disse que eu vivo te escondendo as coisas e bem, você tem razão, mas hoje estou disposto a responder as perguntas que puder, venha comigo, talvez a sorveteria ou sei lá, você escolhe, daí eu te conto o que quiser saber – disse Thomas soltando meu pulso.
         Como o corredor estava esvaziando começamos a andar em direção à saída. Não queria recusar seu convite, eu tinha tantas e tantas perguntas, mas simplesmente não podia, tinha marcado com John.
         – Eu adoraria! Mas... Podemos mudara data? Ou passar para mais tarde, porque agora eu tenho algo a fazer...
         – Hum? – Thomas pareceu confuso – O que?
         – Eu vou passar a treinar para poder controlar parte do poder do centro do mundo e assim me defender sozinha.
         – Eu disse que te protegeria – disse Thomas, ainda sem entender.
         – Eu sei! Mas não quero depender de ninguém entende? Quero poder me proteger sozinha. E o John foi tão fofo comig...
         – Quem? Não me diga que foi um anjo caído chamado John?
         – Mas que diabos? – agora eu estava confusa – você conhece todo mundo?
         – Não vá! Eu não confio nele, nem você devia, na verdade eu o odeio. Não importa se quer ficar mais forte ou não, ele não é confiável!
         Eu comecei a ficar realmente nervosa, aquela atitude do Thomas estava me deixando louca.
         – Primeiro o Sanji, agora o John, será que você tem algo contra todos os meus amigos?
         – Eu tenho algo contra pessoas que acabaram com a minha vida! Mas está bem vá, se divirta com o Sanji, com o John, afinal, eles não são rancorosos, bravos, estressados, ou te escondem as coisas como eu não é?  Talvez você esteja certa, talvez eles sejam melhores amigos para você do que eu sou!
         – T-Tom espera! – disse ao ver ele indo embora – Eu nunca disse isso, eu não...
         Mas ele já havia sumido na primeira curva.

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