Capítulo 20
Guardião: Ar
John explicou
para a Mel, que anjos caídos conservam o mesmo poder dos anjos, por isso,
quando um anjo caí, todos os anjos ficam atentos com ele. E ter filhos é uma
das regras proibidas entre o anjos, todos os nefilins deveriam ser eliminados,
e se ele ficasse muito perto dela os anjos iam acabar rastreando-a.
Quando a
explicação do porquê se afastara acabou, Mel lançou um olhar para Jordan, que
pareceu entender o recado, mas mesmo assim ficou meio confuso.
– É-é –
gaguejou ele – um dia Mel me contou sobre um amigo da Flávia que dominava a
terra e bem, ele era um dos guardiões dela, ou sei lá o que, sobre o se trata
isso?
– Ah! –
disse John reconhecendo o assunto – uma velha profecia que diz que quatro
pessoas protegerão uma menina, que agora todos temos certeza serem a Flávia.
Esses guardiões nasceram para isso, por isso ao longo dos anos criam afinidade
com um dos quatro elementos. Os próprios anjos escolheram a dedo esses garotos,
lhe dando afinidades a um elemento, não queriam que a menina levasse toda a
carga sozinha, os guardiões tem a missão de cuidar e proteger ela no dia do
caos. Cada qual tem sua característica mais marcante, o guardião da Terra tende
a ser alguém mais protetor, a fortaleza, o do Ar tende a ser gentil, a bondade,
o da Água tende a ser bom em convencer as pessoas, o purificador, por fim o Fogo
tende a ser destrutivo, o que elimina. Mas, por que a pergunta?
Mel deu um
cutucão com o cotovelo em Jordan, mas ele ainda parecia hesitante, por fim
levantou-se, fechou os olhos e ergueu os braços, uma brisa suave entrou dentro
da casa, passou a minha vota e se foi, mas pude ver que ia passando de pessoa a
pessoa, o ar fez um pequeno redemoinho que levantou uma luminária e a deixou
novamente no lugar. Jordan abriu os olhos e abaixou os braços, ao ver que
ninguém falava nada ele tomou a palavra.
– Andei
treinando...
Todos
olharam para mim logo em seguida, era normal, afinal ele era meu guardião e
todos tinham acabado de descobrir isso, mas os olhares me incomodaram, não
sabia o que dizer, sequer o que pensar.
– Ar? – foi
tudo o que consegui fazer sair da minha boca – então você é meu guardião do ar.
– Parece
que sou a gentileza em pessoa – disse Jordan rindo, mais relaxado.
Depois de tudo
aquilo, decidi ir para casa, deixar Mel sozinha com o pai era o certo a se
fazer eles tinham muito o que conversar.
– Flávia –
disse John me pegando pelo pulso – venha cá um instante, quero falar com você
antes de você ir.
Me aproximei
dele e de Mel, Mel fez que ia se levantar para ir, mas John a segurou afirmando
que não era nada demais .
– Escute –
começou ele – Você tem o centro do mundo na sua cabeça, e tem várias outras
coisas pelo seu corpo, se você se concentrar e treinar, pode ter poderes
incríveis, vai poder se proteger sozinha. Mas para isso vai precisar de um
mentor, alguém que treine sua mente e seu corpo, e bem, se conseguir confiar em
mim, posso ser eu seu mentor.
– Você me
salvou daqueles idiotas hoje –respondi para ele – e agora descobri que você é o
pai de uma das minhas melhores amigas, cacho que consigo confiar em você, por
mais que eu não saiba bem o porquê...
John sorriu.
– Então está
combinado, amanhã, assim que sair da escola, perto da colina no fim da cidade.
A colina era
um pouco distante da minha casa, mas se isso fosse me fazer ficar mais forte,
se isso fosse me fazer poder me defender sozinha ia valer a pena.
Como a Nina
queria ir para a casa da Rosaline, Jordan me acompanhou até em casa, fomos
quase o caminho todos calados, devia ser estranho para ele, acabar de conhecer
uma menina e descobrir que tem de defender e proteger ela, definitivamente deve
ser muito estranho. Quando chegamos na porte eu perguntei se ele queria entrar,
mas ele não quis.
– Ei! –
tomei coragem e o chamei quando se virou para ir embora – Você não precisa
fazer isso se não quiser, ter de proteger alguém que você mal conhece, não deve
ser agradável nem nada do tipo, então, você não precisa fazer isso!
Ele pareceu
meio confuso, mas depois sorriu se virando e acenando.
– Se eu
tenho um poder e não posso proteger ninguém, acho que esse poder seria inútil,
os anjos me dizem que eu devo protegê-la, por que diabos eu iria contra os
anjos? Você é mesmo burra. – pude ouvir sua risada ao se afastar de casa, mesmo
me chamando de burra ele era realmente gentil.
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