Capitulo 18
Um pai achado
– Quem é você?
– me forcei a perguntar.
– Me chamo
John, mas isso não é importante, vou te levar até a casa de uma de suas amigas.
– Eu posso ir
sozinha!
Ele deu uma
olhava para a vã, me encarou com um “q” de riso, e sem dizer mais nada, passou
a andar comigo a seu lado, era quase como se não conseguisse resistir a
obedecê-lo, algo nele, me dava uma sensação ruim, mas era quase impossível
olhar para ele e não lembrar da Any.
Enquanto
andávamos comecei a reconhecer o caminho que levava a casa da Mel, pela janela
de sua casa, podia ver mais duas silhuetas, que não pertenciam a ela e nem a
mãe dela. Ao chegar a porta toquei a campainha, e vi a Nina e a mel que
correram para atender a porta, me darem um grande abraço.
– Onde
estava? – perguntou Mel, com um ar de preocupação – estávamos te procurando faz
tempo, assim que voltamos da escola, Nina e eu combinamos de tentar achar meu
pai com magia, mas não queríamos te deixar sozinha, com tudo que está
acontecendo então resolvemos ir te chamar e você não estava em casa! Estávamos
louca de preocupação!
– Desculpe –
disse envergonhada por não ter pensado antes em como minhas amigas se sentiam –
mas eu estou bem graças a ele! – disse apontando para o... nada?
– Ele? –
perguntou Nina confusa – ele quem?
Olhei de
novo para trás, não havia nem sinal do John, nada, era como se ele apenas
tivesse evaporado, sumido. Ainda confusa, tentei responder algo que tivesse
lógica para minhas amigas.
– Eu bem,
havia um homem comigo, mas agora, agora ele... se foi, e não se despediu, eu
acho que foi isso...
Entrei e
descobri outra mulher ela era linda, seus cabelos castanhos claros lhe fugiam
soltos e ondulados sobre os ombros, seus olhos eram amarelados, estava sentada
em uma mesa olhando os papeis, quando me viu se levantou, sorrindo.
– Prazer em
conhecê-la sou Rosaline Meredith! A mestra da Nina, ela me chamou para ajudar a
encontrar o pai de sua amiga.
– Prazer – disse estendendo a mão para ela.
Logo em
seguida um garoto desceu apressado as escadas, tinha mais ou menos a minha
idade, olhos azuis assim como seus cabelos, trazia em mão um colar.
– Mel, achei!
– disse ele para Mel, passando direto por mim sem sequer me olhar.
– Jordan! –
Mel o repreendeu – essa é minha amiga Flávia Leto , Flávia-chan esse é meu
primo Jordan Houkiboshi.
– Ah!
Desculpe princesa estava apressado a achar o colar que o pai de mel deu para
ela, prazer em conhecê-la.
Corei ao
ouvir ele me chamar de princesa, ele era bem animado, não parecia ser o tipo de
garoto que encontrávamos triste por aí, seu sorriso era sincero e espontâneo.
– Não se
importe com o “princesa” – comentou Mel ao meu ouvido – ele chama todas as
meninas assim, apenas gosta de ser gentil.
Sentamos
todos em volta da mesa da cozinha, a mãe de Mel nos trouxe alguns aperitivos,
mas se afastou depressa, deve ter sido difícil sua conversa com a Mel sobre seu
ex-marido. Nina parecia um pouco perdida em meio a seu livro, lia algumas
palavras que eu não entendia, mas por vez se confundia, Rosaline por sua vez
mantinha a voz firme, os olhos fechados, e as mãos em volta do colar, como um
dia o pai de mel tocara no colar, a magia rastrearia ele.
– Não é
possível – disse Rosaline.
– O que foi?
– Mel parecia temerosa – Não o achou?
– Pelo
contrário – falou Nina que agora também tinha os olhos fechados – achamos ele,
e bem, ele está a três quadras daqui...
Mel se
levantou de súbito, ele poderia estar em qualquer lugar, qualquer país,
qualquer um, por que estaria a duas quadras da casa da filha que abandonou? Se
mesmo eu estava me perguntando isso, Mel devia estar em choque, correu as duas
quadras, provavelmente até se esquecera das asas, eu fui em seu encalço.
Passamos da
primeira, da segunda e da terceira quadra sem encontrar ninguém, mas ele devia
estar um pouco mais a frente, chegamos na quarta quadra e vimos o homem loiro,
John, que me salvara mais cedo.
– É ele? –
perguntou Mel mais para si mesmo do que para mim.
Rosaline,
Nina e Jordan chegaram pouco depois, eu estava prestes a dizer que elas haviam
se enganado, que aquele era John, não era um anjo caído, era apenas um homem,
mas Mel se arriscou antes que eu pudesse detê-la.
– P-pai?
– gritou ela.
John se
virou, não parecia surpreso, confuso, triste, arrependido, apenas normal,
sorriu para Mel, levantando a mãos em sinal de rendimento.
– Então
você me achou, filha...
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