18 de out. de 2012

História sem nome-san Capítulo 17


Capitulo 17

Salva por um estranho

    Eu estava novamente perdida nos meus pensamentos, estava achando isso comum demais pro meu gosto. E o pior de tudo é que eu estava começando a me acostumar com esse tipo de notícia, era tão engraçado como minha vida tinha mudado tão drasticamente de um tempo pra cá, eu estava me sentindo triste, percebi que gostava da minha antiga e chata vida, só saber que o mundo místico existia já bastava pra mim!
     Resolvi não ir para casa, parei na porta me despedindo da Nina, que falava coisas legais e encorajadoras que acabei sem ouvir de verdade, e ao ver que ela sumiu no horizonte, fui na direção oposta. Eu realmente não sabia onde estava indo, mas quem se importava? Eu também não sabia que rumo minha vida estava tomando!
      Olhava incansavelmente para o chão, desejando que ele me absorvesse antes que eu enlouquecesse com tanta informação, nem via onde estava indo, vez ou outra eu esbarrava com pessoas que eu não conhecia, algumas reclamavam, algumas me davam tapas leves, algumas se desculpavam, outras pediam para eu me desculpar, mas eu simplesmente continuava andando.
       Sem que eu realmente me tocasse ou me importasse, os esbarrões pararam, vez ou outra eu ouvia o barulho de carros ao meu lado, mas era raro, o problema foi que quando olhei para frente estava numa das ruas mais desertas de toda a cidade, não que fosse tão perigosa, eu já passara várias vezes por lá, mas haviam dois garotos a minha frente.
       Não gostei deles, tinham jeito de mal encarados, um era alto, magro, tinha os rebeldes cabelos loiros embaixo de uma touca, o outro era baixo, magro e tinha longos cabelos soltos e escuros, meio acinzentados. O mais baixo sorriu, de um jeito nem um pouco simpático me pegou com força pelo ombro.
       – Olá princesa, andar sozinha é perigoso sabia? Podem aparecer pessoas indesejáveis! – foi o que disse o mais baixo.
       “Como você!” foi o que pensei, mas estava assustada demais para falar, o mais alto enfim me olhou nos olhos, tinha um sorriso quase doentio em seu olhar, ao tocar minha testa ele olhou para o mais baixo:
       – Darvin, quanto você acha que nos dariam pelo centro do mundo?
       O mais baixo, o tal de Darvin, sorriu, com uma ganância sem igual em seus olhos.
       – Mais dinheiro e poder que você possa contar! Todos a querem, e ela até que é bonitinha... – comentou ele acariciando meu rosto.
       Eu tentava me soltar, mas os dois estavam presos a mim, eu estava com muito medo, sem que pudesse perceber estava chorando. Ótimo! Eu era uma revoltada com a vida, que ficava chorando por aí, não era possível! Que ódio eu estava sentindo de mim mesma, eu era tão fraca! Não podia fazer nada, só ficava vendo aqueles caras me arrastarem até uma vã.
       Ouvi barulho estranho, logo depois veio o vento, um vento de cortar a pele que me obrigou a fechar os olhos. Tá, agora era definitivo, eu estava com muito, muito medo!
       Senti algo quente me envolver, um motor foi ligado, o vento cessou, alguém me segurava em seus braços, estávamos correndo, mais rápido do que podia me lembrar já ter corrido. Arrisquei então abrir os olhos, quando fiz isso o homem que me segurava já havia alcançado a vã dos garotos que tentaram me sequestrar, eles pediam desculpas, e se curvavam, mas o homem apenas encostou em seus pescoços, ouvi um estalo e eles caíram.
      Olhei espantava para o homem, que mais parecia um garoto de 23 anos, tinha o corpo magro, não era musculoso e tinha os músculos pouco definidos, mas era de longe o garoto mais lindo que eu já vira na vida, tinha os cabelos curtos meio rebeldes e mal repartidos de um loiro desbotado, seus olhos eram intensos, perigosos, lindos, vermelhos!  Suas roupas eram comuns, um jeans uma camiseta branca e simples, ao ver minha expressão ele sorriu, o que, eu tenho certeza me fez corar e só então percebi que estava em seus braços ainda.
     – Não estão mortos, apenas desmaiados. Não deveria ficar andando sozinha... – disse me pondo no chão. Sua voz era divertida, descontraída e bondosa, mas emitia um poder que não deixava dúvidas: Eu estava ao lado de alguém que não desejaria como inimigo!

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